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Reino Unido marca eleições legislativas para 4 de julho

por RTP
Rishi Sunal, primeiro-ministro do Reino Unido Hollie Adams - Reuters

Os eleitores ingleses vão votar para o próximo governo a 4 de julho, data anunciada oficialmente pelo primeiro-ministro Rishi Sunak esta tarde, após uma reunião extraordinária do conselho de ministros.

Sunak afirmou que pediu esta manhã a dissolução do Parlamento ao rei Carlos III e que este a concedeu, indicando que a eleição se irá realizar a 4 de julho.

"Chegou o momento de o Reino Unido escolher o seu futuro, de decidir se quer aproveitar os progressos alcançados ou arriscar-se a voltar à estaca zero, sem um plano e sem certezas", afirmou Sunak.

A confirmação da data surgiu após uma dia de intensas especulações em Westminster. O anúncio foi feito sob chuva, frente à porta do nº 10 de Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro britânico.

A dissolução do Parlamento terá lugar a 30 de maio. A votação terá lugar 25 dias úteis mais tarde.

Nas sondagens, os conservadores, no governo, perdem para os trabalhistas. Estão a 20 pontos de diferença. A confirmar-se a tendência será o fim de 14 anos de gestão conservadora, num dos períodos mais turbulentos da história recente do Reino Unido.

Apesar de tudo, o primeiro-ministro mostra-se confiante num bom resultado, como refere a correspondente da RTP em Londres, Rosário Salgueiro.

Rishi Sunak estava a ser pressionado para marcar estas eleições antecipadas, mas aguardou por melhores resultados económicos.
Em defesa dos resultados do executivo

O anúncio da data para as eleições tornou-se rapidamente um discurso de pré-campanha por parte do primeiro-ministro, que se irá recandidatar ao cargo.

Rishi Sunak começou por sublinhar precisamente que o país enfrentou desde a última eleição os seus tempos mais desafiantes desde a Segunda Guerra Mundial, citanto especificamente a pandemia de Covid e "o regresso da guerra à Europa quando Vladimir Putin invadiu a Ucrânia", que teve um impacto notório na fatura da energia.

"É tão fácil para tantos esquecerem o que tivemos de enfrentar", afirmou.

"A estabilidade económica" que, lembra, ele próprio foi chamado a restaurar, "é a fundação de todo o sucesso. Seja para incrementar salários e bons empregos, investir nos nossos serviços públicos ou defender o nosso país".

Os britânicos "terão de escolher quem tem esse plano [de aproveitar os resultados alcançados], quem está preparado para tomar as medidas corajosas necessárias para garantir um futuro melhor para o nosso país", referiu o primeiro-ministro, defendendo os resultados alcançados sob a sua batuta.

"Devido ao nosso sacrifício colectivo e ao nosso intenso trabalho, alcançamos duas conquistas ao garantir a estabilidade, mostrando que quando trabalhamos junto tudo é possível", afirmou.

"Nunca deixei e nunca deixarei as pessoas sozinhas para enfrentar os seus dias mais negros", prometeu ainda Rishi Sunak, garantindo que fará tudo para dotar os britânicos com a proteção "o mais forte possível".

Sunak sublinhou ainda que a economia britânica está a crescer e que "a inflação regressou ao normal". Esta quarta-feira foi anunciado que esta ultrapassa pouco os dois por cento.

O primeiro-ministro assinalou que também as taxas de juro têm descido e que os planos do Governo estão a ser bem-sucedidos, mesmo se as "coisas continuam a não ser fáceis para muitas pessoas".

"Dominámos a inflação, controlámos a dívida, baixámos os impostos aos trabalhadores e aumentamos as pensões estatais em 900 libras", sublinhou. 
Ataque a Keir Starmer
"Reduzimos os impostos dos investimentos e aproveitámos as oportunidades abertas pelo Brexit mas tornar este o melhor país do mundo para iniciar um negócio, adjudicamos ao Serviço Nacional de Saúde financiamentos recorde e garantimos que está agora a treinar os médicos e os enfermeiros necessários para as próximas décadas", elencou depois o governante.

Rishi Sunak afirmou ainda que é guiado pelo que "está certo, não pelo que é fácil". "Não posso dizer o mesmo do Partido Trabalhista, porque desconheço o que propõem. E, verdadeiramente, creio que vocês também não sabem", acrescentou, dirigindo-se aos eleitores.

"E isso advém de eles não terem qualquer plano", acusou, prevendo um futuro "de incerteza" para os seus opositores mais diretos, liderados pelo secretário-geral Keir Starmer.

"A 5 de julho, ou Keir Starmer ou eu seremos primeiro-ministro. Ele demonstrou uma e outra vez que irá escolher o caminho de saída mais fácil e fazer tudo para chegar ao poder", acusou Sunak.

"Se ele se sentiu bem em abandonar todas as promessas que fez para se tornar líder do partido mal obteve o cargo, como podem vocês saber que não fará exatamente o mesmo se se tornar primeiro-ministro?", questionou, prometendo lutar "por cada voto".
Starmer responde
Logo após o anúncio de Rishi Sunal, Starmer publicou um vídeo com duas mensagens-chave, sublinhando o seu compromisso com o serviço público, e insistindo que esta é uma prioridade também para o seu partido.

Referindo-se à sua experiência enquanto diretor de procedimentos criminais, o líder trabalhista afirmou que "o serviço ao país é a razão e a única razão pela qual estou aqui agora a pedir o vosso voto. Com paciência, determinação e esse compromisso com o serviço, acredito que há muito orgulho e potencial que podemos libertar no nosso país".

"Por isso, eis aqui o futuro do país nas vossas mãos", disse, ecoando o recado de Sunak. Os trabalhistas, acrescentou, irão lutar na campanha eleitoral com um "novo espírito de serviços: país primeiro, partido depois".

Votar no Partido Trabalhista é um voto pela "estabilidade", defendeu também. "Se os conservadores conseguirem mais cinco anos, eles sentir-se-ão capacitados para continuar extamente como estão. Nada irá mudar".

"Um voto nos trabalhistas é um voto pela estabilidade, económica e política, uma política mais leve em todas as nossas vidas. um voto para deter o caos", afirmou.

Um porta-voz do Palácio de Buckingham, após a marcação oficial do escrutínio, afirmou que a família real irá "de acordo com a conduta habitual", adiar os compromissos que possam de alguma forma "desviar a atenção ou distrair da campanha eleitoral". "As suas majestades enviam as suas sinceras desculpas a quem possa ser afetado em resultado", acrescentou.

Os compromissos sobre as celebrações do Dia D não irão sofrer alterações, adiantou ainda o Palácio.
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